domingo, 12 de julho de 2015

Impor limites evita filhos sociopatas

Pamela Druckerman: as crianças francesas saem na frente porque os pais lhes impõem limites desde a infância
Pamela Druckerman: as crianças francesas saem na frente
porque os pais lhes impõem limites desde a infância



A jornalista americana Pamela Druckerman observou que as crianças francesas não fazem manha. E isso porque os pais sabem lhes impor limites desde a infância.

O médico Cláudio Domênico, que coordenou o último Encontro O Globo Saúde e Bem-Estar, com o tema Como estabelecer limites para ter filhos saudáveis, observou que “essa educação sem limites cria sociopatas e jovens com problemas de relacionamento social”, segundo noticiou O Globo (12/04/2015).

Domênico acredita que hoje muitos pais delegam a criação dos filhos à escola. Ele sublinhou “a importância da família na construção da saúde emocional das crianças” e que “as crianças reclamam, mas gostam de limites preestabelecidos”.

O psiquiatra Fábio Barbirato, chefe do serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Santa Casa de Misericórdia do Rio, demonstrou cientificamente que dizer “não” aos filhos é difícil, mas dizer “sim” o tempo todo pode transformar uma criança mimada em um adulto sem autonomia, eternamente dependente dos pais.

“Os pais têm obrigação de dar limites, não podem ser reféns dos filhos, até porque as crianças não vão descobrir isso sozinhas e, lá na frente, tomarão uma pancada da vida”, defendeu o psiquiatra.

Dizendo “sim” o tempo os pais transformam uma criança mimada em um adulto sem autonomia. O caso ironizado no filme "Bad Teacher"
Dizendo “sim” o tempo os pais transformam uma criança mimada
em um adulto sem autonomia. O caso ironizado no filme "Bad Teacher"
Principalmente para as crianças, as conquistas devem vir através do mérito. E os pais devem fugir do figurino errado de “amiguinhos” dos filhos. “Mãe que se veste com a saia igual à da filha não tem identidade, sem isso não tem respeito”, explicou.

A educadora Tania Zagury, autora dos livros Limites sem trauma e Educar sem culpa — A gênese da ética, entre outros, atribui a falta de limites a uma interpretação errada, de 40 anos atrás, quando se achou que a imposição de regras acarretava problemas emocionais.

Foi a época do “proibido proibir” da Sorbonne e do “hippie power” da Califórnia, que hoje demonstraram ser frustrantes e contraproducentes.

“A função principal dos pais é formar a moral e a ética dos filhos, disse Tania, mas hoje a maior preocupação dos pais parece ser fazer a felicidade das crianças”.

E completou: “Só que, se os pais fizerem tudo o que os filhos querem, a criança cresce com uma visão distorcida do mundo, não fortalece a capacidade de ouvir os ‘nãos’ da vida”.

Limite, lembrou Domênico, nada tem a ver com castigo. E os critérios variam, já que não há uma criança igual a outra.

Mas pede autoridade paterna e materna, e disciplina no lar.


2 comentários:

  1. Dado o fato de o estilo de vida americano (American way of life), ter sido amplamente assimilado no Brasil via imperialismo cultural, acredito que a advertência que essa jornalista faz a sociedade americana também valha para a sociedade brasileira. Talvez as crianças brasileiras estejam em situação ainda pior do que as americanas no que diz respeito a ausência de correção paterna. Como no passado os pais brasileiros eram extremamente rigorosos com os filhos, hoje tende a ser o extremo oposto, ou seja, extremamente omissos em dar limites aos filhos. O padre Paulo Ricardo, de certa forma, abordou esse assunto ao falar da redução da maioridade penal, comentando que as crianças de hoje vivem no mundo dos instintos como os animais, daí os altos índices de violência entre os jovens. Mas esse já é outro assunto...

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  2. Realmente a falta de limites e o apelo da mídia para que seja assim. Pois lança no mundo ideia que a criança é autônoma que veio ao mundo para ter seus desejos atendidos prontamente. Alguns programas de Tv passam essa mensagem diariamente.
    Os pais de rendem...e entram nesse ciclo vicioso.

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